Público acompanhou os
debates sobre fotografia na Galeria Trapiche
A produção fotográfica
sob o olhar de mulheres para além do estereótipo do feminino foi a pauta da
roda de conversa 'Mulheres na Fotografia', que ocorreu na terça-feira (5), às
17h, na Galeria Trapiche Santo Ângelo, equipamento de cultura da Prefeitura de São
Luís, localizado na Praia Grande.
O evento integra a
programação da exposição Ocupação Trapiche #07, que é composta pelas mostras
'Divina Presença', de Silvana Mendes, e 'Meu nome não é mãe', de Sunshine
Santos, em cartaz até o dia 15 de junho, com visitação das 14h às 19h.
A roda de conversa
contou com a participação da artista e estudante de Turismo da Universidade
Federal do Maranhão (UFMA), Sunshine Santos; da artista e estudante de Artes
Visuais da UFMA e cofundadora do Dis Forme Coletivo, Silvana Mendes; da
fotógrafa, pesquisadora e cineasta, Maria Thereza, e da ativista de direitos
humanos e fotógrafa, Ingrid Barros. A mediação foi da professora de Comunicação
Social da UFMA, Jane Maciel.
O evento iniciou com a
discussão de que nos livros predominam o ponto de vista de homens brancos sobre
a arte, predominantemente europeus e estadunidenses, levantada pela mediadora
Jane Maciel.
"O estereótipo do
trabalho feminino na fotografia é harmonioso, delicado. E isso não é a
realidade de muitas mulheres. Então, como pensar o papel da mulher na
fotografia para além do clichê?", questionou.
Sunshine Santos,
compartilhou que sofreu e ainda sofre preconceito. O pai da estudante é
fotógrafo freelancer e se disponibilizou a ensinar a prática ao marido dela,
mas nunca tinha visto nela um potencial para a fotografia. Então, ela começou a
fazer um curso às escondidas e a família foi aceitando aos poucos.
"Hoje, meu pai
ainda acha que a fotografia é uma distração para mim. Mas eu sempre quis
encontrar um sentido para o meu trabalho e, quando me identifiquei como mulher
negra, foi um boom na minha fotografia. Então, tenho pretensão de continuar com
a militância sobre a mulher negra, escrevendo com a luz meus questionamentos e
produzindo imagens sem ser invasiva", planeja.
EXPRESSÃO
Silvana Mendes conta
que tem dificuldade de expressar as coisas por meio da fala, mas encontrou na
fotografia uma forma de fazer isso. "Eu não sabia como explicar as
sensações que tinha sobre a Festa do Divino Espírito Santo. Então, comecei a
fotografar o evento tanto em Alcântara quanto aqui em São Luís. Não tinha a
intenção de fazer uma exposição, foi algo que surgiu de forma espontânea e foi
ficando mais sério. Foi gratificante quando a minha família, que é formada
principalmente por mulheres, veio à exposição. Elas ficaram impressionadas que
eu tivesse um trabalho fotográfico e que estivesse fazendo uma exposição",
destaca.
Outro trabalho
fotográfico é da ativista maranhense de direitos humanos Ingrid Barros, que
gostava de manipular imagens desde cedo. Hoje, ela atua em coletivos e produz
conteúdo para o website 'Sobre o Tatame'.
"Faço registros de
comunidades quilombolas e indígenas e busco com minhas produções fazer as
pessoas sentirem empatia pelos que ali vivem. Sou formada em Direito e eu luto
pela garantia dos direitos das pessoas que estão nas minhas fotos",
explica.
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