A revolucionária e forte Frida Kahlo foi interpretada na mostra
"Espelhos: uma instalação em movimento", que realizará quatro
espetáculos com temática feminina no mês de setembro, na Galeria Trapiche.
Rosa Ewerton Jara deu vida a pintora mexicana, prendendo a
atenção do público com um solo vibrante, cheio de vida e sentimentos. Os
próximos espetáculos acontecem nesta sexta-feira (22) e nos dias 26 e 28 de
setembro, sempre às 19h, sendo representadas respectivamente: Safira, Ofélia e
a Noiva.
"Estamos abertos para
pautas culturais que enriquecem os ludovicenses com cultura. Esse é o objetivo
da Galeria, enquanto equipamento municipal de cultura. Por isso, nesta parceria
com o Núcleo Atmosfera, estamos satisfeitos com o resultado e a qualidade dos
espetáculos. Além dessa mostra também estamos com a Exposição Acervos, cursos
permanentes no 'Ateliê Trapiche' e outras ações formativas e de troca
cultural", contou diretora da Galeria Trapiche Camila Grimaldi.
O espetáculo, cujo ingresso
custa R$ 20,00 e meia-entrada R$ 10,00, reúne elementos teatrais, dança e
performance, fruto de pesquisa da própria intérprete.
"Sempre admirei Frida e neste solo trazemos a essência
captada através das pesquisas e de estudos para outro espetáculo que fizemos
pelo Núcleo Atmosfera. Em 2009, estava tendo oficina para montar o espetáculo
'As cores de Frida' e logo me interessei, assisti documentários e li muito
sobre, nunca deixei de estudar. Esta mostra é um desafio de canalizar tudo o
que ela sentia, apresentar isso ao público e provocá-lo quanto a força das
mulheres, a luta por seus direitos, mostrar as mulheres que fazem artes, que
são revolucionárias, que ocupam diversos espaços, como sempre deveria
ser", explicou Rosa Ewerton Jara.
"Desde 2005 desenvolvemos produções que valorizam as
mulheres, o universo feminino. 'Espelhos' é o fragmento de diversas obras, o
desfecho de um ciclo de obras com temática feminina. O interessante é que a
intérprete pesquisa e se envolve para fazer o espetáculo. Hoje vimos o que ela
extraiu de 'As cores de Frida', em um traço do que ela sentiu da obra",
destacou o diretor geral do espetáculo, Leônidas Portella.
A direção geral do espetáculo
é de Leônidas Portella, com direção artística de Luciano Teixeira e Samuel
Moreira; Produção de Júlia Martins; Iluminação: Renato Guterres; Operação de
som: Samuel Moreira; Fotografia: Gisa Bausch e Samuel Moreira; Apoio técnico:
Idalina Moraes e Designer gráfico: Iramir Araujo.
ESPETÁCULOS
Na sexta-feira (22) será
apresentada "OFÉLIA - Sem flores, sem rio, sem amor...", interpretada
por Valda Lino. O solo é uma reflexão sobre os diversos papéis da mulher na
sociedade e o equilíbrio entre tantas formas do amar.
O público vai visitar o arquétipo da Ofélia, donzela indefesa,
convidado a se questionar sobre a personagem ser derivada do tipo feminino da
noiva ou amada morta em plena juventude.
Também trazem para os dias atuais destacando as Marias, Anas,
Helenas, Ofélias do ontem do hoje e das não Ofélias - mulheres do amanhã.
No dia 26 é a vez de
"SAFIRA", interpretada por Marina Corrêa. Na peça, ela é a meretriz
que teve seu corpo usado, abusado e abandonado, assim como as janelas de um
casarão colonial são carcomidas pelo descaso e despencam, se acabam.
Mas, no labirinto dos poros desse corpo-casarão ainda reside uma
força latente que grita, canta, dança e quer trazer a melhor maquiagem e o
melhor perfume para reerguer pilares resistentes ao tempo e superar toda sorte
de abandono.
O último espetáculo da mostra
será no dia 28, com a "NOIVA", interpretado por Marinildes Brito. A
cena traz reflexões à cerca do casamento, do corpo e da própria vida.
Deflagra a força do corpo feminino frente à sociedade machista e
patriarcal. A noiva é um símbolo e um estigma que deve ser revisto e realocado
no tempo/espaço.
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