O desembargador Vicente
de Paula Gomes de Castro foi o relator da representação interventiva (Foto:
Ribamar Pinheiro)
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Os desembargadores das
Primeiras Câmaras Cíveis Reunidas do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA)
julgaram procedente uma representação para intervenção do Estado no Município
de Matões, em razão de descumprimento de ordem judicial.
A decisão unânime não afasta
o prefeito do cargo e é com o fim específico de assegurar que a administração
municipal pague precatório no valor de R$ 247.417,86, devido ao Estado.
O desembargador Vicente
de Paula Gomes de Castro, relator da representação interventiva, determinou que
a decisão seja comunicada ao governador do Estado, a quem cabe decretar e
executar a intervenção.
Os autos serão
encaminhados ao presidente do TJMA, desembargador Cleones Cunha, a quem compete
comunicar o teor da decisão ao chefe do Executivo.
De acordo com o voto do
relator, o fundamento da medida está relacionado com o descumprimento de ordem
judicial relativa a precatório datado de 2003.
Castro verificou que o
Município de Matões possui dívida, oriunda de sentença transitada em julgado,
que originou o precatório, pendente de pagamento desde o ano de 2004, situação
que configura patente transgressão à Constituição Federal, bem como à Estadual,
ante o comportamento recalcitrante de inadimplência.
O Município sustentou a
inclusão da despesa no orçamento para o exercício financeiro de 2013, mas o
relator, de acordo com o parecer do Ministério Público do Maranhão (MPMA),
entendeu que a mera inclusão não se mostra suficiente para afastar a
inadimplência.
Vicente de Castro disse
que, mesmo tendo oportunidade, em mais de uma ocasião, de demonstrar, por meio
de documentos, o pagamento da dívida existente, o Município limitou-se em
insistir que o débito era de responsabilidade de gestão anterior.
Além de registrar a
ausência de pagamento, o relator considerou inexistente qualquer justificativa
capaz de afastar a medida pleiteada pelo Estado, entendendo que o Município
demonstrou patente descaso ao agir como se o cumprimento da determinação
judicial dependesse da conveniência do gestor.
Após citar decisões
semelhantes do próprio TJMA, o desembargador Vicente de Castro destacou não ser
o caso de regime especial de pagamento, uma vez que o Município não se
manifestou pelo parcelamento, e também entendeu não caber a determinação de
sequestro ou bloqueio de verbas públicas, diante da ausência de pedido pela
parte credora, sendo, além disso, medida de atribuição da Presidência do
Tribunal.
O relator votou pela
procedência da representação, para reconhecer a pertinência da intervenção
estadual no Município de Matões, a fim de que seja efetivado o pagamento do
precatório em favor do Estado.
O voto, de acordo com o
parecer da Procuradoria Geral de Justiça, foi acompanhado pelos demais
desembargadores presentes.
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